terça-feira, 28 de outubro de 2008

Quinta-feira, 23/10/08




*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=8f83a78


“Como a tarde é leve.
Como sopra a brisa
Mansa no arvoredo.
Como o céu é manso
Com essa lua mansa,
Sem nenhum segredo.
E estes campos verdes,
Estas águas verdes,
Este arbusto em flor...
E o silêncio-poeta
Recitando versos
Que já sei de cor.
E (alma da paisagem)
Incorpórea flauta
Que, invisível, soa...
Oh! Dêem-me essa flauta,
Invisível flauta,
Música tão boa!”



Pois é, Poesia do Frei José Milton de Azevedo Coelho, intitulada “Flauta Invisível”. O Frei José Milton, nasceu no ano de 1934, em Bezerros, Agreste Pernambucano. A sua vida inteira foi dedicada a Deus, à Igreja e ao próximo. Entre os trabalhos conventuais e pastorais, que foram muitos, o Frei José Milton sempre encontrava tempo para realizar pesquisas sobre a história da Igreja Católica em Pernambuco e sobre a Ordem dos Franciscanos, da qual faz parte. Possui duas obras, ainda inéditas, resultantes dessas pesquisas, e mais três obras ainda em fase de fechamento. Em meio à religião e às pesquisas históricas, o Frei José Milton entrega-se aos versos.... O livro “Poeira Encantada”, nasce justamente dessa entrega: um fruto bem sucedido, bem-amado, leve e terno, como o próprio título já revela. Neste sábado, às oito horas da noite, no Convento de Santo Antônio, na Rua do Imperador, o Frei José Milton lança o seu livro, “Poeira Encantada”, e o recital dos poemas é feito pelo grupo Vozes Femininas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 09/10/2008



*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=3fbfc52

“Para quem cultiva plantas
Das pragas quer se livrar
Sabe que para o serviço
Parceira melhor não há
Joaninha é bem disposta
E o mal não quer causar

A mais comum das Joaninhas
E que a vemos muito mais
É a que tem pintinhas pretas
Bonitinhas por demais
Na verdade elas são sete
Nada a menos, nada a mais

A Joaninha enfeitou-se
No jardim foi passear
Pôs o seu lindo vestido
Pois queria desfilar
Modelito de bolinhas
Como aquele outro não há

E voando pelas plantas
Encontrava seus amigos
Grande parte dos insetos
Juntos tinham ali crescido
Naquele mesmo jardim
Aventuras tinham vivido

Mas estava preocupada
Com o que vira por ali
Lixo e poluição
Fazendo tudo explodir
Destruição do ambiente
Faz a vida sucumbir

Vamos abraçar a causa
Da natureza cuidar
Deixar para as gerações
Um presente singular
Uma terra bela e limpa
Para a vida então brotar"


Pois é, Poesia de Érica Montenegro, trechos do Cordel “Joaninha Bonitinha e a Luta Pelo Meio Ambiente”. O texto é feito especialmente para a criançada, e fala sobre o encontro da Joaninha com a sua amiga, a Lagarta Esterlina, no qual as duas dão uma lição de cuidados com a natureza. Érica tem vários folhetos publicados, sempre voltados ao público infantil, e, recentemente lançou o livro “Corrida Maluca”, que é todo em cordel. Érica Montenegro faz mestrado em Ciências da Liguagem e constrói seus poemas em prol de uma literatura de cordel voltada para a aprendizagem. Só mesmo alguém com alma de criança pode fazer versos tão vivos e coloridos assim...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

quinta-feira 02/10/08



(Foto por Guto Zafalan)
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Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=d6e7512
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"Era dia, e era bonito
Floria o chão de um absinto inebriante
– Vi que eram os pelos da terra que se eriçavam
ao meu toque.
Assim, me vi lambendo as pedras...
(Os seios de Vênus
com calcinha D’Millus)

Um torpor estranho
Meio casca
meio
Árvore
Tomava conta de meus dedos,
Que trêmulos encravava no chão.


Nunca me senti tão raiz

E tão fecundo


Cogitei ser quase assim
O fim do mundo
Ou início do paraíso...


A transmutação,
Uma abrupta passagem
uma hermética viagem
de Fera a Planta!

O broto gozozo
Que saía de minhas espinhas
E verdejava a fronte
Me situava a forma...

Dizem que o corpo fala
Este meu canta
Geme

Sem a nada dever

Uma dose de prazer
Carno-vegetal
Soava de meus galhos...
Pingava no absinto
Pingava amor, sêmen
Pingava Eu!

E aos poucos, de tanto me amar,
Amava as pedras

(Assim compreendi como nascem as plantas)

Então senti que a terra urrava
De êxtase e de dor a cada verbo que nascia...

Som agregado de água e sal

Eis aqui minha pena
Eis aqui meu rádio"


Pois é, Poesia de Michel de Lucena Costa, trechos do poema Carne Verde. Michel Costa é paraibano de João Pessoa, nascido no ano de 1983. É instrumentista, compositor de letras musicais e poesias....o que confere as suas letras uma intensidade poética e aos seus versos uma musicalidade peculiar... Michel começou cedo na arte: aos dezesseis anos casou-se com o violão popular. Em 2000 passa a estudar violão clássico, e , a partir daí, sua vida começa a ser preenchida por experiências mistas: hora clássicas, hora populares, num balaio de sonoridades e técnicas. Desde sempre participou de festivais e concursos como o Projeto Seis & Meia, em João Pessoa, e o Festival de MPB do SESC – Todas as Tribos, em 2006 e 2008, também em João Pessoa . Atualmente é estudante de letras da Universidade Federal da Paraíba e professor de violão em escolas de música na cidade. Toca com Maria Juliana e Banda, numa parceria que transcende a esfera musical.
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CRÉDITO: "Litúrgica", Zé Ramalho.