sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Quinta-feira, 18/09/08



* Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=163186a


"Meu nome é recife
Eu sou de Pernambuco
Não tenho medo do escuro
Pois ele habita em mim


A criatura Recife e suas faces sou eu
(...)


Então deixem eu gritar
Através da poesia e da arte
As quais fazem parte
Da minha vida feliz
Então deixem que solte minha voz
Por favor
Não me neguem o direito de gritar
Não me neguem
Não me neguem o direito de lutar
Deixem que eu grite
Que eu chore
E que vá a publico a minha dor
Não maltratem o direito de pensar
Meu ardor
Minha vida
Meu olhar
Meu amor
É direito nosso sonhar
Não me neguem
Quero meu direito de errar
Não me neguem
Se não eu morro
E sem direito a primavera"

Pois é, Poesia de Giordano Bruno Gonzaga, trechos do poema, "Recife Grita Socorro". Giordano Bruno é recifense, nascido no ano de 1984, e reside, atualmente na cidade de Ipojuca. Poeta jovem, começou cedo a fazer versos e organizar saraus e outros eventos poéticos no Colégio São José, na Boa Vista, onde estudou a vida toda. Trabalhou por algum tempo como professor de história e mediador de leitura em projetos da Prefeitura da Cidade do Recife. Chegou a ser, inclusive, coordenador da rede de leituras do recife, a reler. Estudante de Ciências Sociais, faz poesia engajada, sem medo de sugerir medo ou repúdio em seus versos densos e escancarados. Junto ao Centro de Estudos e Pesquisas da História de Ipojuca, e alguns companheiros funda o "MOLIPO": Movimento Literário Ipojucano, que tem como principal objetivo o resgate e a preservação da literatura ipojucana.

CRÉDITO: "Melancolia", de Antônio Sapateiro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Quinta-feira, 11/09/08



*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=7ec92c5

"Meu passado foi bem aproveitado

Tive força, vigor e sensatez...

Eu contava feliz a cada mês

Doze moças que havia namorado.

Hoje em dia ninguém vejo ao meu lado,

Meu futuro ficou sem direção.

Quando vem essa tal recordação

Eu suspiro dizendo com saudade:

"Se pudesse eu comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação".

*
Quando moço não quis saber de estudo,

Permiti que o meu tempo fosse vago.

Hoje vejo que o tempo fez estrago...

Tornou nada o meu tempo (ou quase tudo).

Desse tempo o punhal pontiagudo

Fez sangrar sem dar valorização,

Pois quem tinha esse dom jogou no chão,

E eu falei para o tempo:"Majestade,

Se pudesse eu comprava a mocidade

Nem que fosse pagando à prestação".

*
Mas passado não volta nunca mais,

O que é bom pouco a pouco se dissolve...

Pega o tempo, carrega e não devolve

Deixa claro cumprindo os seus ‘sinais’.

Eu sou contra essas leis universais...

Deveria pra cada cidadão

Existir outra chance, aí então

Ele iria escrever com mais vontade:

"Tô comprando de volta a mocidade

Nem que seja pagando à prestação"."
*

Pois é, Poesia de Felipe Júnior, trechos do poema: "Se Pudesse Eu Comprava a Mocidade, Nem Que Fosse Pagando à Prestação. Nesses versos o poeta se utiliza de um recurso comum na literatura de cordel: o mote, frase que se repete tal qual um refrão, e que guia toda a poesia da qual faz parte. Felipe Júnior faz parte da União dos Cordelistas de Pernambuco, a UNICORDEL, e também da União Brasileira dos Escritores em Pernambuco, a UBE – PE. É natural de Patos, interior da Paraíba, e foi criado em São José do Egito, o que explica o seu imenso talento para a poesia. Talento esse que foi reconhecido no último Recitata, concurso de poesia oral realizado pela Prefeitura da Cidade do Recife, no qual conquistou o terceiro lugar, eleito pelo júri popular. O poeta cordelista Felipe Júnior acaba de lançar o seu CD "Na Boléia da Rima e do Riso", recheado de versos que narram uma caminhada cercada de poesia por todos os cantos.
*
Quer Mais?
*
CRÉDITOS: "Peixando na Corda", Banda de Pífanos Flor do Taquari.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008



*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=98dc1e0


"Marcos amou Amanda
e em seu colo tantas vezes
adormeceu,
como em paz profunda descansa
um pequenino igarapé —
amou como se água corrente, Marcos
de tão cristalinamente ser.


Amanda amou Marcos
e por sua boca de tudo nesta vida
se esqueceu:
que há medo, tempo, mal, bem
e a terrível consciência dessas coisas —
amou como se morrente, Amanda
de tão serenamente viva.


(...)e no rosto das mocinhas que ficaram
deixaram rubor, quimeras e suspiros.
na linha do horizonte sumiram
(aquele Marcos, aquela Amanda)
feito num leve destino alado
o amor os tivesse escolhido.


não, não foram felizes para sempre.
o que importa?"



Pois é, Poesia de Biagio Pecorelli, trechos do poema "Cor de Cinza Rosa", do livro "EsTaNdOs", lançado em 2007. Biagio nasceu no Recife, em abril de 1982, mas passou sua infância em Maceió, capital alagoana. Graduado em psicologia, vive em meio a música, a literatura e ao teatro, exalando arte por todos os seus poros. Em 2007, além de lançar seu primeiro título, escreve e atua na peça "A Moça de Nove Dedos e a Moral Libertina", quadro de uma sociedade futurista onde o amor é não mais que uma doença erradicada dos corações humanos. Biagio Pecorelli fez residência artística na Argentina, onde encontrou-se com a fotografia, mas uma expressão artística de sua vida, ou expressão viva de sua arte. Foi finalista do recente concurso de poesia oral, realizado pela Prefeitura da Cidade do Recife, o 3° Recitata, do VI Festival Recifense de Literatura. Produz, agora, o seu primeiro romance, embora queira ser, sempre, chamado de poeta – ainda que escreva prosas, fotografe ou atue.
Quer Mais?


CRÉDITO: Uakti - CD Mapa

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

quinta-feira, 28/08/08



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*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=23cc13a
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"Eu, um livre pensador
deito e ponho-me a sonhar
pensando: - que bom seria
se Virgulino voltar!
Pra, com sua autoridade
por as coisas no lugar.


Virgulino decretava
a Lei da Honestidade
e pra o politico aprender
o que é sofrer de verdade
tinha que passar dez dias
vivendo de caridade.


Passar fome uma semana
comendo só palma assada
feijão com o arroz puro
ou mesmo não comer nada
tomar água do barreiro
somente por Deus tratada.


Daí tudo mudaria
se Virgulino voltasse
talvez nem fosse preciso
que Lampião retornasse
bastava um homem sério
que só no povão pensasse."

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Pois é, Poesia de Paulo Dunga, poeta cordelista e pesquisador do Cangaço. José Paulo Ferreira de Moura, mais conhecido como Paulo Dunga, é membro da União dos Cordelistas de Pernambuco, a Unicordel, e tem, além dos folhetos, 3 livros publicados sobre o Cangaço e Lampião. A sua poesia é nordestina de raiz, é engajada com os problemas sociais e faz sempre um resgate da história do cangaço, através de um sábio paralelo entre as mazelas do povo nordestino nos tempos de Virgulino Ferreira, o Lampião, e as dificuldades que esse povo enfrenta nos dias de hoje. Logo mais, às 6 horas da noite, o poeta Paulo Dunga lança o seu mais novo livro: "Lampião: A Trajetória de um Rei sem Castelo", na biblioteca pública de pernambuco, localizada no parque 13 de maio.
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Quer mais?