segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quinta-feira, 29/01/09



* Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=065eab6

“profissão de fé
poeta
calo serei não por acaso
ou prazer
ouvir e cantar de sim
e não
de não calar se o calo
aperta
coisa de infringir não de
punir
coisa de negar não de
esquecer
não é por nada nem por
querer
minha língua rude
roída rói
sagrado dogma
abaixo do qual ferve
a fogueira
verve fogosa queima
o silêncio
sobre a labareda”



Pois é, Poesia de Pedro Américo de Farias, intitulada “Não me Calo”, extraída do livro ainda inédito “Arquivo Perdido”. O poeta Pedro Américo nasceu em Oricuri, interior do estado, em abril de 1948, 20 anos mais tarde, muda-se para Recife, onde vive desde então. Pedro Américo diz não fazer parte de nenhum movimento literário. É um autêntico experimentalista de formas poéticas clássicas e contemporâneas, e também risca para o lado da prosa, da crítica e da ficção. Aliás a ficção é também sua leitura predileta. O poeta é licenciado em letras e pós-graduado em educação de adultos. É um dos responsáveis pela concepção do Festival Recifense de Literatura “A Letra e a Voz”. Trabalha também com oficinas de leitura em voz alta de poesia e é funcionário da Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Possui publicações de poesia, prosa de ficção, ensaios, textos avulsos em diversos periódicos além de participar de várias antologias. Em 2009 o poeta publica “Linguaraz” através do incentivo do Funcultura, que inova por seu formato: um audiolivro, e possivelmente pela sua temática e construção poética, uma vez que é oriundo do poeta de língua rude, roída que rói ... e emite ruídos.

Quer mais?
Toma: http://www.interpoetica.com/entrevista_pedro.htm

CRÉDITO: Raul Seixas - GITA

Um comentário:

Unknown disse...

Pois é, Mariane. Nem a doçura da sua voz encobre a aspereza poética do lirismo rude do grande Pedro Américo que, com Picardia, diz assim: "Já eu cá com meus botões / pertenço a outra família / armo à palavra um laço / que nem vaqueiro à novilha / quando ela mete o pescoço / arrocho, repuxo e torço / o verso é minha armadilha."
Parabéns ao poeta e à poetisa.