sexta-feira, 1 de agosto de 2008

quinta-feira 31/07/08


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"Não há mais Gandhi.
Não há mais branco.
Não há mais Francisco de Assis
Que não seja aquele do bar.

As lágrimas são a água
Da pobre gente abandonada
Nos sertões da terra árida
E nos sertões dos corações.

A cabidela humana é farta.
Os corpos lavados em sangue.
A comum ossada coberta com fina camada de pele.
Eis os pratos servidos aos sádicos e alheios ao sofrimento dos outros.

Vedes a vida que tem como objetivo a morte.
A morte de quem só quis a vida.
A dor dos que são oprimidos pelo que são.
O grito mudo dos que também são oprimidos pelo que não são.

As pernas que só caminham com muletas;
Muletas que dominam os caminhos e suas nuances
Bem mais que as próprias pernas."
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Pois é, Poesia de Vanessa Sueidy, intitulada “Desencanto”. A jovem poeta de 25 anos é também jornalista, publicitária e atriz. Participa do recital itinerante “Um Bonde Chamado Poesia”, do Festival Recifense de Literatura, em 2005 e 2006. Coordenou o “Afogados em Poesia”, encontro mensal de poetas na Biblioteca de Afogados, nos anos de 2006 e 2007. A Marginal Recife 5, coletânea poética lançada pela Prefeitura da Cidade do Recife, tem em suas páginas os versos maduros de Vanessa Sueidy... versos que gritam, suavemente, por amor e por insatisfação diante dos problemas que afligem a humanidade.
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CRÉDITOS: "Agreste" - André Geraissati, CD Brasil Musical.

Um comentário:

Tulle n jazz disse...

Marianne, muito boa a sua idéia do blog de poesias :D
parabéns.

beijos, uana.