quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
quinta-feira 04/12/08
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=009d022
“Amanheceu e a lua ainda no céu.
Gotas de orvalho
Nas pétalas róseas
Refletem os primeiros raios de sol.
No lago perene
Brinca um beija flor
Abanando as asinhas
Fazendo ondinhas
Na lamina de água
O beija flor,
Como um Narciso,
Vê sua imagem refletida
E brinca.
Vendo suas cores cintilantes
Vendo seus olhos e seu bico
Vendo os dentes das piranhas
Que saltam, agarram os pezinhos
Puxam o beija flor para o fundo
Escuro do lago.
Atacam os olhos,
Arrancam os olhos,
Rasgam o papo do pobre animal,
Que sacode o que resta das asinhas
Que sangra
Esperneia
E morre
Todo mordido
Todo Fodido
Nas águas do Capibaribe
Do Recife que fede
Cheio de merda.”
Pois é, Poesia de Fernando Farias, o áspero “Poeminha Lírico”. Este poema foi lido pelo também escritor Bruno Piffardinni, durante a Edição 2008 da FLIPORTO, em uma homenagem aos poetas pernambucanos, e, ao mesmo tempo, uma pesada crítica social e crítica ao lirismo alienado. Fernando Farias é contista, tem 50 anos e é caruaruense radicado em Recife. O escritor é membro da União Brasileira dos Escritores, a UBE – Pernambuco, faz parte do grupo Nós Pós e do recém criado “Urros Masculinos”, também formado por Biagio Pecorlli, Bruno Pifardinni e Arthur Rogério. Fernando Farias revela que sua grande vontade era escrever roteiros para histórias em quadrinhos. Acabou por transformar essas histórias em contos, o que resultou no pequeno livro “A Trágica Morte da Patinha”. Sua carreira se intensificou depois que Fernando Frequentou as oficinas literárias de Raimundo Carrero e Marcelino Freire. Além de publicar de várias coletâneas, Fernando Farias publicou em formato de bolso quatro livros: O Livro Vermelho, Espelhos Obscenos; O Livro Azul, Entre Sete Estrelas; O Livro Verde, Fantasia Manchada de Batom Carmim e o Livro Laranja, A Escolha dos Anjos.
Quer Mais?
Toma: http://fernandofarias7.blogspot.com/
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Quinta-feria, 20/11/08
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=12fdd2f
“temos que nos amar
temos que nos querer
foi o amor que fez um dia
a gente nascer
temos que nos unir
pra formar uma grande nação
onde não haja mais guerra
nem destruição
temos que abrir os olhos
dessa sociedade
dizer não a violência
denunciar a corrupção
e dizer a esse mundo
quero paz, violência não!
temos que cuidar do planeta
acabar com a poluição
tirar as crianças da rua
dando educação...”
Pois é, Poesia de Gizele Tavares , “O Amor que Nos Faz Nascer”. Gizele Tavares de Melo Souza é recifense, tem apenas dezesseis anos e faz versos com maestria. Gizele escreve desde os oito anos de idade e diz ser apaixonada por poesia. Na poesia a talentosa menina encontra um modo de ajudar a si mesma, à família e a sociedade em que vive, através de versos realistas, que propõem aos leitores uma reflexão sobre a vida. Gizele Tavres já tem mais de 70 poemas, 5 deles publicados nos principais jornais da cidade, e tem até uma possível novela escrita. Ela conta que o dom de poetizar foi dado por deus, mas a influência vem de seu pai, que é poeta e compositor. A inspiração chega sempre na madrugada, como seu uma voz lhe soprasse os versinhos ouvido a dentro, e como se ela apenas “psicografasse” as palavras ditadas pelo “espírito da poesia”. Apesar de jovem, Gisele Tavares estuda e trabalha para sustentar sua família, já que seu pai, não pode trabalhar por motivos de doença. É uma mocinha esforçada, humilde e que sonha com o reconhecimento do seu trabalho e quer vencer na vida e conquistar o seu batismo literário. No dia 30 de novembro, Gizele Tavares recita “O Amor que Nos Faz Nascer”, durante a Caminhada Pela Paz, que acontece na Avenida Boa Viagem a partir das quatro horas da tarde.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
quinta-feira, 13/11/08
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=91d1f0a
“A antítese do novo e do Obsoleto,
O Amor e a Paz, o Ódio e a Carnificina,
O que o homem ama e o que o homem abomina,
Tudo convém para o homem ser completo!
O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,
Uma feição humana e outra divina
São como a eximenina e a endimenina
Que servem ambas para o mesmo feto!
Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!
Por justaposição destes contrastes,
Junta-se um hemisfério a outro hemisfério,
Às alegrias juntam-se as tristezas,
E o carpinteiro que fabrica as mesas
Faz também os caixões do cemitério!...”
Pois é, Poesia de Augusto dos Anjos, intitulada “Contrastes”. Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau D’arco, na Paraíba, em Abril de 1884. Passou sua infância no Estado natal, e durante o resto de sua vida morou em Recife, onde cursou e se formou em direito, Rio de Janeiro e Leopoldina, em Minas Gerais, onde morreu, em 12 de novembro de 1914, vítima de pneumonia. O seu único livro intitulado “EU” foi publicado em 1912, e reúne suas poesias belas e afiadas, frutos de uma mente cética em relação à vida e ao amor. O poeta Augusto dos Anjos é representante de uma época em que a poesia brasileira se encontrava num estágio de transição, antes de despontarem os modernistas, filhos da semana de arte de 1922. Seus versos se caracterizam pela originalidade temática, cercada de um pessimismo irônico, e pelo vocabulário repleto de termos científicos e biológicos, sem deixar de lado as metáforas e demais figuras de linguagem que conferem à poesia a sua beleza e subjetividade.
CRÉDITO: Egberto Gismonti, Água e Vinho.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Sexta-feira 31/10/08
*Áudio: (em breve)
“Dizem os bardos que uma cidade
é feita
de homens,
com várias mãos
e
o sentimento do mundo.
Assim Recife nasceu no cais
de um azul marinho e celestial,
onde suas artérias evocam:
Aurora, Saudade, Concórdia,
Soledade,
União, Prazeres, Alegria e Glória.
Mas nos deixa no chão,
atolados na lama
de sua indiferença aluviônica:
a ver navios com suas hordas
invasoras
e o Atlântico
como possibilidade
de saída...”
Pois é, Poesia de Valmir Jordão, intitulada “Ah Recife!”. Valmir Silva Jordão nasceu no Recife no ano de 1961. Oriundo do Bairro de São José, inicia sua vida poética aos 19 anos de idade. É poeta boêmio, que faz poesia politizada e consciente. Filiado a União Brasileira dos Escritores, a UBE, desde os anos 80, colaborou com diversos fanzines da época, e possui mais de 10 publicações. É autor de versos famosos, quase ditos populares como no poema “coca para os ricos/ cola para os pobres/ coca-cola é isso aí”. Valmir Jordão faz parte da geração dos poetas urbanos, radicais, que acreditam que a poesia permeia toda a existência, a vida, a morte, o bem e o mal. Logo mais, às sete horas da noite, Valmir Jordão lança seu novo livro: ”Hai Kaindo na Real & Outros Poemas”, no auditório do SINTEL, na Boa Vista, próximo a UNICAP. A coletânea mescla poesias de estilo livre usual, e hai kais: poemas-pílula, de origem japonesa que costumam dizer muito em poucos versos.
quer mais?
toma:
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Quinta-feira, 23/10/08
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=8f83a78
“Como a tarde é leve.
Como sopra a brisa
Mansa no arvoredo.
Como o céu é manso
Com essa lua mansa,
Sem nenhum segredo.
E estes campos verdes,
Estas águas verdes,
Este arbusto em flor...
E o silêncio-poeta
Recitando versos
Que já sei de cor.
E (alma da paisagem)
Incorpórea flauta
Que, invisível, soa...
Oh! Dêem-me essa flauta,
Invisível flauta,
Música tão boa!”
Pois é, Poesia do Frei José Milton de Azevedo Coelho, intitulada “Flauta Invisível”. O Frei José Milton, nasceu no ano de 1934, em Bezerros, Agreste Pernambucano. A sua vida inteira foi dedicada a Deus, à Igreja e ao próximo. Entre os trabalhos conventuais e pastorais, que foram muitos, o Frei José Milton sempre encontrava tempo para realizar pesquisas sobre a história da Igreja Católica em Pernambuco e sobre a Ordem dos Franciscanos, da qual faz parte. Possui duas obras, ainda inéditas, resultantes dessas pesquisas, e mais três obras ainda em fase de fechamento. Em meio à religião e às pesquisas históricas, o Frei José Milton entrega-se aos versos.... O livro “Poeira Encantada”, nasce justamente dessa entrega: um fruto bem sucedido, bem-amado, leve e terno, como o próprio título já revela. Neste sábado, às oito horas da noite, no Convento de Santo Antônio, na Rua do Imperador, o Frei José Milton lança o seu livro, “Poeira Encantada”, e o recital dos poemas é feito pelo grupo Vozes Femininas.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
quinta-feira, 09/10/2008
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=3fbfc52
“Para quem cultiva plantas
Das pragas quer se livrar
Sabe que para o serviço
Parceira melhor não há
Joaninha é bem disposta
E o mal não quer causar
A mais comum das Joaninhas
E que a vemos muito mais
É a que tem pintinhas pretas
Bonitinhas por demais
Na verdade elas são sete
Nada a menos, nada a mais
A Joaninha enfeitou-se
No jardim foi passear
Pôs o seu lindo vestido
Pois queria desfilar
Modelito de bolinhas
Como aquele outro não há
E voando pelas plantas
Encontrava seus amigos
Grande parte dos insetos
Juntos tinham ali crescido
Naquele mesmo jardim
Aventuras tinham vivido
Mas estava preocupada
Com o que vira por ali
Lixo e poluição
Fazendo tudo explodir
Destruição do ambiente
Faz a vida sucumbir
Vamos abraçar a causa
Da natureza cuidar
Deixar para as gerações
Um presente singular
Uma terra bela e limpa
Para a vida então brotar"
Pois é, Poesia de Érica Montenegro, trechos do Cordel “Joaninha Bonitinha e a Luta Pelo Meio Ambiente”. O texto é feito especialmente para a criançada, e fala sobre o encontro da Joaninha com a sua amiga, a Lagarta Esterlina, no qual as duas dão uma lição de cuidados com a natureza. Érica tem vários folhetos publicados, sempre voltados ao público infantil, e, recentemente lançou o livro “Corrida Maluca”, que é todo em cordel. Érica Montenegro faz mestrado em Ciências da Liguagem e constrói seus poemas em prol de uma literatura de cordel voltada para a aprendizagem. Só mesmo alguém com alma de criança pode fazer versos tão vivos e coloridos assim...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
quinta-feira 02/10/08
(Foto por Guto Zafalan)
*
Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=d6e7512
*
"Era dia, e era bonito
Floria o chão de um absinto inebriante
– Vi que eram os pelos da terra que se eriçavam
ao meu toque.
Assim, me vi lambendo as pedras...
(Os seios de Vênus
com calcinha D’Millus)
Um torpor estranho
Meio casca
meio
Árvore
Tomava conta de meus dedos,
Que trêmulos encravava no chão.
Nunca me senti tão raiz
E tão fecundo
Cogitei ser quase assim
O fim do mundo
Ou início do paraíso...
A transmutação,
Uma abrupta passagem
uma hermética viagem
de Fera a Planta!
O broto gozozo
Que saía de minhas espinhas
E verdejava a fronte
Me situava a forma...
Dizem que o corpo fala
Este meu canta
Geme
Sem a nada dever
Uma dose de prazer
Carno-vegetal
Soava de meus galhos...
Pingava no absinto
Pingava amor, sêmen
Pingava Eu!
E aos poucos, de tanto me amar,
Amava as pedras
(Assim compreendi como nascem as plantas)
Então senti que a terra urrava
De êxtase e de dor a cada verbo que nascia...
Som agregado de água e sal
Eis aqui minha pena
Eis aqui meu rádio"
Pois é, Poesia de Michel de Lucena Costa, trechos do poema Carne Verde. Michel Costa é paraibano de João Pessoa, nascido no ano de 1983. É instrumentista, compositor de letras musicais e poesias....o que confere as suas letras uma intensidade poética e aos seus versos uma musicalidade peculiar... Michel começou cedo na arte: aos dezesseis anos casou-se com o violão popular. Em 2000 passa a estudar violão clássico, e , a partir daí, sua vida começa a ser preenchida por experiências mistas: hora clássicas, hora populares, num balaio de sonoridades e técnicas. Desde sempre participou de festivais e concursos como o Projeto Seis & Meia, em João Pessoa, e o Festival de MPB do SESC – Todas as Tribos, em 2006 e 2008, também em João Pessoa . Atualmente é estudante de letras da Universidade Federal da Paraíba e professor de violão em escolas de música na cidade. Toca com Maria Juliana e Banda, numa parceria que transcende a esfera musical.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Quinta-feira, 18/09/08
* Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=163186a
"Meu nome é recife
Eu sou de Pernambuco
Não tenho medo do escuro
Pois ele habita em mim
A criatura Recife e suas faces sou eu
(...)
Então deixem eu gritar
Através da poesia e da arte
As quais fazem parte
Da minha vida feliz
Então deixem que solte minha voz
Por favor
Não me neguem o direito de gritar
Não me neguem
Não me neguem o direito de lutar
Deixem que eu grite
Que eu chore
E que vá a publico a minha dor
Não maltratem o direito de pensar
Meu ardor
Minha vida
Meu olhar
Meu amor
É direito nosso sonhar
Não me neguem
Quero meu direito de errar
Não me neguem
Se não eu morro
E sem direito a primavera"
Pois é, Poesia de Giordano Bruno Gonzaga, trechos do poema, "Recife Grita Socorro". Giordano Bruno é recifense, nascido no ano de 1984, e reside, atualmente na cidade de Ipojuca. Poeta jovem, começou cedo a fazer versos e organizar saraus e outros eventos poéticos no Colégio São José, na Boa Vista, onde estudou a vida toda. Trabalhou por algum tempo como professor de história e mediador de leitura em projetos da Prefeitura da Cidade do Recife. Chegou a ser, inclusive, coordenador da rede de leituras do recife, a reler. Estudante de Ciências Sociais, faz poesia engajada, sem medo de sugerir medo ou repúdio em seus versos densos e escancarados. Junto ao Centro de Estudos e Pesquisas da História de Ipojuca, e alguns companheiros funda o "MOLIPO": Movimento Literário Ipojucano, que tem como principal objetivo o resgate e a preservação da literatura ipojucana.
CRÉDITO: "Melancolia", de Antônio Sapateiro.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Quinta-feira, 11/09/08
Pois é, Poesia de Felipe Júnior, trechos do poema: "Se Pudesse Eu Comprava a Mocidade, Nem Que Fosse Pagando à Prestação. Nesses versos o poeta se utiliza de um recurso comum na literatura de cordel: o mote, frase que se repete tal qual um refrão, e que guia toda a poesia da qual faz parte. Felipe Júnior faz parte da União dos Cordelistas de Pernambuco, a UNICORDEL, e também da União Brasileira dos Escritores em Pernambuco, a UBE – PE. É natural de Patos, interior da Paraíba, e foi criado em São José do Egito, o que explica o seu imenso talento para a poesia. Talento esse que foi reconhecido no último Recitata, concurso de poesia oral realizado pela Prefeitura da Cidade do Recife, no qual conquistou o terceiro lugar, eleito pelo júri popular. O poeta cordelista Felipe Júnior acaba de lançar o seu CD "Na Boléia da Rima e do Riso", recheado de versos que narram uma caminhada cercada de poesia por todos os cantos.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=98dc1e0
"Marcos amou Amanda
e em seu colo tantas vezes
adormeceu,
como em paz profunda descansa
um pequenino igarapé —
amou como se água corrente, Marcos
de tão cristalinamente ser.
Amanda amou Marcos
e por sua boca de tudo nesta vida
se esqueceu:
que há medo, tempo, mal, bem
e a terrível consciência dessas coisas —
amou como se morrente, Amanda
de tão serenamente viva.
(...)e no rosto das mocinhas que ficaram
deixaram rubor, quimeras e suspiros.
na linha do horizonte sumiram
(aquele Marcos, aquela Amanda)
feito num leve destino alado
o amor os tivesse escolhido.
não, não foram felizes para sempre.
o que importa?"
Pois é, Poesia de Biagio Pecorelli, trechos do poema "Cor de Cinza Rosa", do livro "EsTaNdOs", lançado em 2007. Biagio nasceu no Recife, em abril de 1982, mas passou sua infância em Maceió, capital alagoana. Graduado em psicologia, vive em meio a música, a literatura e ao teatro, exalando arte por todos os seus poros. Em 2007, além de lançar seu primeiro título, escreve e atua na peça "A Moça de Nove Dedos e a Moral Libertina", quadro de uma sociedade futurista onde o amor é não mais que uma doença erradicada dos corações humanos. Biagio Pecorelli fez residência artística na Argentina, onde encontrou-se com a fotografia, mas uma expressão artística de sua vida, ou expressão viva de sua arte. Foi finalista do recente concurso de poesia oral, realizado pela Prefeitura da Cidade do Recife, o 3° Recitata, do VI Festival Recifense de Literatura. Produz, agora, o seu primeiro romance, embora queira ser, sempre, chamado de poeta – ainda que escreva prosas, fotografe ou atue.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
quinta-feira, 28/08/08
*
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=23cc13a
*
"Eu, um livre pensador
deito e ponho-me a sonhar
pensando: - que bom seria
se Virgulino voltar!
Pra, com sua autoridade
por as coisas no lugar.
Virgulino decretava
a Lei da Honestidade
e pra o politico aprender
o que é sofrer de verdade
tinha que passar dez dias
vivendo de caridade.
Passar fome uma semana
comendo só palma assada
feijão com o arroz puro
ou mesmo não comer nada
tomar água do barreiro
somente por Deus tratada.
Daí tudo mudaria
se Virgulino voltasse
talvez nem fosse preciso
que Lampião retornasse
bastava um homem sério
que só no povão pensasse."
*
*
sábado, 23 de agosto de 2008
quinta-feira, 21/08/08
*
*
*Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=8c48736
*
*
"Quando vem a primeira trovoada
A magia do verde enfeita os montes
A espuma de sapo pelas fontes
Pinta um quadro na margem da estrada
A fumaça da broca mal queimada
Forma torre num vácuo da colina
As aranhas espalham serpentina
Na ramagem do bosque mais deserto
Seu projeto tem tudo pra dar certo
Uma loja de renda de campina
Um besouro enfeitado de metal
Apresenta seu quadro pitoresco
Revirando um cocô ainda fresco
Desprezado no canto de um curral
Uma farda de gala especial
Ele exibe depois da trovoada
Sua túnica brilhosa e desenhada
É bonita, perfeita e é moderna
Só retorna ao destino da caserna
Quando deixa a comida preparada."
*
*
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
quinta-feira 14/08/08
(Poeta Felipe Júnior e poeta Altair Leal)
*
* Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=94127e5
*
“Vamos contar uma história,
bem ao redor da fogueira?
vamos passar o anel, comer milho,
contar mentiras, falar besteiras.
vamos contar histórias.
vamos puxar da memória
algum fato acontecido.
do vizinho, do irmão,
do pai, do marido,
do amigo do lado,
algum fato engraçado,
que mereça ser contado.
vamos contar histórias.
história da corochinha,
saci pererê, negrinho do pastoreio,
comadre fulorzinha
as mentiras da vizinha
os gritos que zé levou,
a surra que a mãe deu,
um causo que aconteceu...
olha a centelha subindo,
as idéias vindo,
as lembranças surgindo.
deixa queimar a fogueira
deixa queimar a madeira,
deixa queimar.
vamos contar histórias,
vamos, vamos contar!”
*
Pois é, Poesia "Vamos Contar Histórias", de Altair Leal. Nasceu na cidade de Limoeiro, em Pernambuco, no ano de 1960 e criou-se pelas ruas de Olinda, Recife e Paulista. É poeta completamente imerso no mundo literário: membro da União dos Cordelistas de Pernambuco (UNICORDEL), da União Brasileira dos Escritores em Pernambuco, da Academia de Letras e Artes de Paulista, do Coletivo Oroboro e do grupo Invenção de Poesia no Recife. Escreve versos desde que se entende por gente, e acredita que a poesia reflete o momento no qual o poeta se encontra. A viola de seu tio é que inspirou-lhe a vontade de escrever cordéis e versinhos matutos. No entanto, quanto à forma e conteúdo sua poesia é diversificada, às vezes livre, às vezes metrificada, rimada, matuta, marginal, sensual, social.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
*
(Foto por Wellington de Melo)
*
* Áudio: http://www.goear.com/listen.php?v=73b140c
*
*
“Vim para ficar
não tenho parte com as coisas transitórias.
sou imanente inconsútil estrutural sou interiça: talharam-me
[de umapeça só
deram-me um nome
e uma cor secreta que adivinho em sonhos
daí que carrego uma saudade nos olhos que me faz parecer
[um calendário sem tempo.
Cheguei pra ficar.
Minha permanência perturba tua transitoriedade sem raízes
descompassa teus passos sem compromisso com o chão que
[me retém.
Os que não me sabem me adivinham marco fincado
entre estradas partindo para onde não sei
estática rosa dos ventos para tua face instável e fugida.”
*
*
*
Quer mai?
Toma: http://www.mariadocarmobcm.com.br/
*
*
CRÉDITO: "My Way" - Frank Sinatra
(música predileta
da poeta,
secreto afeto
cedido por sua neta...)
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
quinta-feira 31/07/08
Não há mais branco.
Não há mais Francisco de Assis
Que não seja aquele do bar.
As lágrimas são a água
Da pobre gente abandonada
Nos sertões da terra árida
E nos sertões dos corações.
A cabidela humana é farta.
Os corpos lavados em sangue.
A comum ossada coberta com fina camada de pele.
Eis os pratos servidos aos sádicos e alheios ao sofrimento dos outros.
Vedes a vida que tem como objetivo a morte.
A morte de quem só quis a vida.
A dor dos que são oprimidos pelo que são.
O grito mudo dos que também são oprimidos pelo que não são.
*
*
domingo, 27 de julho de 2008
quinta-feira 24/07/08
*
*
*Áudio:http://www.4shared.com/file/56514777/4c6f839e/POIS_E_POESIA_24_07_08.html?dirPwdVerified=1b9560d1
*
*
"Quando eu tiver bastante pão
para meus filhos
para minha amada
pros meus amigos
e pros meus vizinhos
quando eu tiver
livros para ler
então eu comprarei
uma gravata colorida
larga
bonita
e darei um laço perfeito
e ficarei mostrando
a minha gravata colorida
a todos os que gostam
de gente engravatada..."
*
*
quinta-feira, 17 de julho de 2008
quinta-feira, 17/07/08
*
*
* Áudio: http://www.4shared.com/file/55567383/5aee9af7/POIS_E_POESIA_17_07_08.html?dirPwdVerified=1b9560d1
*
*
"Minha mulher, a solidão,
Consegue que eu não seja triste.
Ah, que bom é o coração
Ter este bem que não existe!
Recolho a não ouvir ninguém,
Não sofro o insulto de um carinho
E falo alto sem que haja alguém:
Nascem-me os versos do caminho.
Senhor, se há bem que o céu conceda
Submisso à opressão do Fado,
Dá-me eu ser só - veste de seda -,
E fala só - leque animado."
*
*
*
Quer mais?
Toma: http://www.jornaldepoesia.jor.br/pessoa.html
http://www.germinaliteratura.com.br/fp.htm
*
CRÉDITO: "Sonhos", Pixinguinha De Novo, por Altamiro Carrilho e Carlos Poyares.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
quinta-feira, 10/07/08
*
*
*Àudio:http://www.4shared.com/file/54659722/57939ece/POIS_E_POESIA_10_07_08.html?dirPwdVerified=1b9560d1
*
*
“Contemplo a arquitetura da Aurora
Recreio dos pássaros da Boa Vista
Do seu cais palco sempre dourado
E de museus falando as suas horas.
Aurora musa dos sonhos de Bandeira
Mãe de tantos andarilhos girassóis
Plataforma de olhares impassíveis
Transmutados pelo pão de cada dia.
Aurora monumento à liberdade
Descortina o Palácio das Princesas
E acolhe os eternos namorados
Embriagados com a lua do seu rio.
Quisera eu aqui ter vivido
A aurora azul da minha vida
Nesta via de perfeita geometria
Entre a fumaça e névoa da cidade.”
*
*
terça-feira, 8 de julho de 2008
quinta-feira, 03/07/08
*
*
mais que ruidosa mudez
mais que paleta de tintas
ressecada, quebradiça
que o pincel endurecido
no ateliê deserto
mais que partir outra vez
dói a terrível certeza
do retorno sempre certo”
sábado, 28 de junho de 2008
quinta-feira, 26/06/08
*
*Áudio:
http://www.4shared.com/file/53096739/573756c3/POEMA_26_06_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
*
*
"E se inda houver amor, eu me apresento
E me entrego ao princípio do oceano
E se me atinge a onda, úmida eu tremo
Esquecida de insones desenganos
E se inda houver amor eu me arrebento
Feliz, atravessada de esperança
E mesmo lacerada inda sim tento
Quebrar com meu amor todas as lanças
E se inda houver amor terei alento
Para agüentar o inútil destes anos
E não me matarei, sonhando o tempo
Em que me afogarei no seu encanto
E se inda houver amor, ah, me consente
Ser pasto de tua chama, astro medonho.
E se inda houver amor, eu simplesmente
Apago esta ferida do meu sono."
*
*
Pois é, Poesia de Lucila Nogueira, intitulada “E Se Inda Houver Amor”. Lucila Nogueira é carioca, nascida no ano de 1950, e reside atualmente no Recife. Ela é poeta, ensaísta, contista, crítica literária, professora universitária e tradutora, e possui 20 livros de poesias publicados, dois deles vencedores do prêmio de poesia Manuel Bandeira, do governo do estado de Pernambuco. É membro da Academia Pernambucana de Letras, e foi a primeira mulher a representar o Brasil no Festival de Poesia de Medellin, o maior festival de poesia do mundo. De índole romântica e sonhadora, a poeta Lucila Nogueira leva a poesia à tira colo em seu cotidiano. As banalidades de todo santo dia são, vez por outra, penetradas pela surpresa, pelo absurdo...por versos pulsantes.
*
*
Quer mais?
Toma: http://www.interpoetica.com/entrevista_lucila.htm
http://lucnog.blogspot.com/
*
CRÉDITO: PORTO DA SAUDADE (Autoria: Alceu Valença, Intérprete: Cláudio Almeida )
quarta-feira, 25 de junho de 2008
quinta-feira, 19/06/08
*
*
*Áudio:
http://www.4shared.com/file/52732081/c1f7a545/POEMA_19_06_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
*
*
"Gonzaga virou poeta
Desse povo sertanejo
Identidade que vejo
Ele traçou essa meta
Meu sertanejo é esteta
Palmilhou grande destino
Do sertão um paladino
Ao mostrar-se por inteiro
Foi vestido de vaqueiro
Que mostrou-se um nordestino
*
Gibão, chapéu e perneira
Peitoral luvas também
O vaqueiro vai além
Vegetação catingueira
Derruba boi na esteira
Depois de ouvir seu sino
Como Gonzaga menino
Avistou no seu terreiro
Foi vestido de vaqueiro
Que mostrou-se um nordestino
*
Gonzaga foi no plural
Sintetizou a cultura
Na sua vertente pura
Vestimenta original
Do vaqueiro fraternal
O seu gesto que eu assino
Nordeste de Vitalino
Foi embaixador primeiro
Foi vestido de vaqueiro
Que mostrou-se um nordestino"
*
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Pois é, Poesia de Allan Sales, “Foi Vestido de Vaqueiro que Mostrou-se um Nordestino”, texto dedicado ao rei do baião, Luiz Gonzaga. Músico, compositor e poeta cordelista, o autor desses versos é natural do Crato, Ceará, e radicado no Recife desde de 1969. Allan Sales, auto denomina-se Menestrel, e disso ninguém discorda, pela maestria com que verseja e improvisa. Por sua iniciativa a Prefeitura da Cidade do Recife lança este ano o CD “Cordas e Cordéis”, no qual Allan Sales e mais sete cordelistas recitam poesias que soam tais quais belas canções.
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domingo, 15 de junho de 2008
quinta-feira, 12/06/2008
*especial pro meu namorado.... (amo demais, demais)
(a trilha é brega, amar é brega, ok?)
*Áudio: http://www.4shared.com/file/51465659/9c44f072/POEMA_12_06_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
"É bom, amor, sentir-te perto de mim na noite
Invisível em teu sonho, seriamente noturna,
Enquanto eu desenrolo minhas preocupações
Como se fossem redes confundidas
Ausente, pelos sonhos teu coração navega
Mas teu corpo assim abandonado respira
Buscando-me sem ver-me, completando meu sonho
Como uma planta que se duplica na sombra
Erguida, serás outra que viverá amanhã
Mas das fronteiras perdidas na noite,
Deste ser e não ser em que nos encontramos
Algo fica acercando-nos na luz da vida
Como se o selo da sombra assinalasse
Com fogo suas secretas criaturas."
Quer mais?
Toma: http://br.geocities.com/edterranova/nerudapoe.htm
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.fundacionneruda.org/ing/home_ingles.htm&sa=X&oi=translate&resnum=7&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dpablo%2Bneruda%26start%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26pwst%3D1
CRÉDITO: "Ne Me Quite Pas" - Jacques Brel,com a orquestra de Paul Mauriat.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Quinta-feira, 05/06/08
(foto por Mateus Sá)
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*Áudio: http://www.4shared.com/file/50817066/eac71dc6/POEMA_05_06_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
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O azul toma conta da face
que se transmuda em sertão
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velas a postos
sons despedidas
histórias de náufragos
ressurreição
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o sol toma conta da face
que se exprime sertão
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pipas a pino
ciranda de nuvens
varanda aurora
roda pião
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o nu toma conta da face
onde mora o sertão
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sexta-feira, 30 de maio de 2008
quinta-feira, 29/05/08
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sexta-feira, 23 de maio de 2008
quinta-feira, 22/05/08
Uma coisa assim tão amarela
Que mesmo se tudo na panela
Não se pode separar o bem do mal
De um sonho que não aconteceu
Inda assim me perco nesse breu
És a minha parte anormal
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Desse filme de enredo tão assim
Que eu penso que não teria fim
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Pois você foi o sonho que não quis
Mas foi tudo de bom que eu quis pra mim."
quinta-feira, 15 de maio de 2008
quinta-feira 15/05/08
Pois é, Poesia de Castro Alves, trechos do poema “Saudação à Palmares”. Antônio Frederico de Castro Alves nasceu no estado da Bahia, em março de 1847. Passou a infância no sertão natal, e durante a vida residiu no Recife e esteve de passagem pelo Rio de Janeiro e São Paulo. A sua lira navegou através da temática romântica, pela descrição de belas paisagens poéticas e pelas causas da liberdade e da justiça. É conhecido como “o poeta dos escravos” por lutar contra a escravidão, através de poemas como “ O Navio Negreiro” e “Vozes d’África”. Faleceu no dia 6 de julho de 1871, vítima da tuberculose, “O Mal do Século”, dezessete anos antes da libertação dos escravos, pela lei áurea.
Quer mais?
toma: http://www.projetomemoria.art.br/CastroAlves/index.html
http://www.vidaslusofonas.pt/castro_alves.htm
crédito: CLÁUDIO ALMEIDA - CD ALMA PERNAMBUCANA FX 12 - RECIFE NAGÔ AUTORIA : JOTA MICHILES
terça-feira, 6 de maio de 2008
quinta-feira, 01/05/2008
Mastruz e erva-cidreira
Pois é, Poesia de Jessier Quirino, trechos do poema Paisagem de Interior. Jessier Quirino é Paraibano, nascido em Campina Grande, no ano de 1954, e vive atualmente na cidadezinha de Itabaiana, na Paraíba. Arquiteto por profissão e poeta por vocação, é autor dos livros: "Paisagem de Interior", "Agruras da Lata D'água", “Bandeira Nordestina” entre outros, além de cordéis, causos e musicais. Participou, em junho de 2007, da minissérie de televisão “A Pedra do Reino”, baseada no texto de Ariano Suassuna. Jessier Quirino escreve a autêntica poesia matuta, e fala com propriedade do homem do interior, do seu dia-a-dia, do seu comportamento, com muito humor e respeito.
quer mais?
toma: http://www.jessierquirino.com.br/
*áudio:http://www.4shared.com/file/46625853/c74a0dbd/POEMA_01_05_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
quarta-feira, 30 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
"Quero escrever meus versos
No teu corpo nu
Que minhas mãos façam
Sonetos em ti
Que minha boca declame
Beijos na hora exata
da entrega dos amantes
que o desejo ultrapasse o frevo
de uma noite de carnaval em Olinda
e os confetes e serpentinas
sejam os nossos poros abertos
no calor dos sussurros
quero que você componha
sua música em mim
e assim, nos tornaremos
belos, simplesmente
não quero mais saber
de escrever poemas em frios papéis
quero sim, que minha palavra
seja apenas uma ato de amor!"
Pois é, Poesia de Silvana Menezes, poetisa paraibana, moradora de Olinda desde 1979. Mulher de fibra, que enfrentou de tudo um pouco na vida. Escreve sobre o amor e sobre a própria poesia, sem nunca titular seus poemas. Além de escrever e interpretar versos, é arte-educadora e atriz. Silvana Menezes é fundadora do projeto “Quartas Literárias”, do Centro de Cultura Luis Freire, em Olinda. Toda última quarta-feira de cada mês, poetas, músicos, e atores se reúnem neste reduto da arte, para um recital poético, que acontece há oito anos. O projeto “Quartas Literárias” tornou-se um Ponto de Cultura há 3 anos, e hoje faz parte da teia dos pontos disseminadores da cultura brasileira, dentro do programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura.
Quer mais?
Toma: http://www.interpoetica.com/silvana_menezes_gm.htm
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=10902016388347799327
*áudio: http://www.4shared.com/file/46578018/86f9658a/POEMA_24_04_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
terça-feira, 29 de abril de 2008
quinta-feira, 17/04/08
"Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre. "
Pois é, Poesia de Manuel Bandeira, intitulada “Desencanto”. Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho, nasceu no recife no dia 19 de abril de 1886. Durante a vida, residiu na capital pernambucana, no Rio de Janeiro, São Paulo, e chegou, inclusive, a mudar-se para a Suíça, em busca de tratar-se da tuberculose. A doença esteve com o poeta durante 64 anos, sendo tema explícito e implícito de seus versos. A sua lira, é também povoada pela nostalgia da infância na Rua da União, onde brincava. “Carnaval”, “Cinza das Horas” e “Libertinagem” são alguns dos 14 títulos que Manuel Bandeira escreveu. O poeta de “vou-me embora pra Pasárgada” despediu-se definitivamente no dia 13 de outubro de 1968, em Botafogo, Rio de Janeiro, nos deixando poesias, prosas e inspiração.
quer mais?
toma: http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp
http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira.html
*áudio: http://www.4shared.com/file/46576529/3cc7b307/POEMA_17_04_2008.html?dirPwdVerified=1b9560d1
quarta-feira, 23 de abril de 2008
quinta-feira, 10/04/08
"No meu Marco a multimídia
será tema corriqueiro
teremos CD-ROM sobre
embolador, violeiro,
rezador, homem-da-cobra,
doutor-raiz e vaqueiro.
A Vida de Vitalino,
de Padim Ciço Romão
e do Capitão Pereira,
de Pinto e do Frei Damião,
Leandro, Zé Marcolino,
de Gonzaga e Lampião.
No meu Marco Cibernético
toda essa inovação
estará sempre a serviço
de uma preservação
dos nossos velhos costumes
sem ferir a tradição."
Pois é, Poesia de José Honório, trechos do cordel: "O Marco Cibernético construído em Timbaúba".
Honório nasceu no Recife em 23 de janeiro de 1963.
Dedica-se à literatura de cordel desde 1984, e seu primeiro título, publicado neste mesmo ano, é "Recife: Caranaval, Frevo e Passo.
Este renomado cordelista tem cerca de 50 títulos publicados até agora.
Em sua carreira poética a informática está presente não só nos temas dos folhetos, mas também na produção deles. Honório é um dos primeiros a utilizar os recursos da tecnologia a serviço da confecção dos cordéis .
Em 16 de abril de 2005, em conjunto com outros poetas, ele idealiza e funda a UNICORDEL: União dos Cordelistas de Pernambuco, que completa este mês 3 anos de existência e muitos recitais poéticos.
Quer mais?
toma: http://www.zehonorioblogspot.com/
*áudio: http://www.4shared.com/account/file/45930384/2ad57878/POEMA_1.html